A Ponte e Eu

De minha casinha de madeira, Que fica tão pertinho das nuvens, Começa a ponte de meus sonhos acordados. Já é madrugada e as luzes amarelas da ponte Brilham como pequenos sóis noturnos. A ponte sai de minha casa de madeira que quase toca o céu, Desce no meio da cidade, mas sobe de novo E finge que termina do outro lado da cidade. Mas eu sei que ela nunca termina... Ela toca o chão de muitos outros mundos. Lá do alto vejo a cidade inteira... Todos os carros, fábricas, ruas e pessoas dormem. Acordados, só a ponte e eu, em vigília. Quando a manhã chegar e a cidade acordar Aí então dormiremos. Apagaremos as luzes e descansaremos tranquilos. Seremos, então, como a cidade que dorme sossegada Mesmo sem saber que, do alto, há quem vele seu sono. Sonho acordada atravessar cidades inteiras, Tocar o chão sagrado de muitos outros mundos com meus pés de nuvens (há que se ter leveza nos pés pra pisar chãos sagrados). Sonho acordada ver...