Meu Deus, minha música, meu café, minhas lembranças e eu!

Estive pensando bastante a respeito da vida nesses últimos dias...
Passei horas desse tempo lembrando das variadas situações que, adversas ou favoráveis, felizes ou tristes, trágicas ou "românticas", cômicas ou dramáticas... constroem / definem quem nos tornamos todos os dias.
Sou fruto de cada uma delas... talvez mais das difíceis que das fáceis, das traumatizantes que das felizes... a dor tem uma capacidade enorme de fazer-se lembrar, mais do que os momentos de alívio. Pense... quando estamos felizes e tudo está bem, não ficamos lembrando e dizendo o tempo inteiro o quanto isso é bom, o que nos causa essa sensação... mas quando a dor chega... ops... impossível não substituir o momento mais feliz pela lembrança constante da dor que pulsa. E dor deixa lembranças marcantes. Pensando em minha vida, tenho uma facilidade enorme de lembrar de minhas piores dores. Elas são mais bem definidas.
Como saí de uma dor? Qual foi o resultado dela em mim? O que aprendi com ela? São respostas pra mim muito bem definidas. O resultado da dor é evidente! Saí mais forte, mais resistente, aliviada, mais experiente... Saí diferente, sem dúvida.
E qual  resultado das maiores felicidades? Insaciabilidade! Lembranças boas... Algumas poucas nos constroem tão rápido quanto a dor... mas nos deixam com um desejo enorme de construir diferente!
Bom, estava pensando também nas pessoas... as pessoas que fazem parte ou já fizeram parte dessa minha construção constante. Na semana que tirei pra pensar nisso passei por dias de solidão. Acho que o impacto de cair a ficha que muitos que me construíram só existem hoje na lembrança me enfiou numa concha! Essa semana tive aspecto de ostra! Tive medo de muitos que hoje fazem parte de mim amanhã estarem na lembrança somente de igual modo! Quase entrei em parafuso...
Num desses momentos de solidão em que parece que todos os amigos estão ocupados na mesma coisa, fiquei pensando e olhando ao meu redor. Lembrei que em minha lembrança essas pessoas estão constantemente presentes e essa lembrança delas e das palavras delas e dos abraços delas e dos sms's delas e dos sorrisos delas... continuam me construindo ainda que elas estejam, física ou geograficamente, bem longe de mim. Meu esposo tem seus afazeres; minhas amigas tem suas vidas, suas casas, seus problemas...; minha família tem suas famílias... eu tenho meus momentos e minhas coisas... Não existe uma companhia tão constante como gostaríamos...somos insaciáveis, lembra? Só nos bastamos das tristezas, mas momentos felizes e pessoas queridas nunca são demais! Os queremos 24h, desejamos um caminhão de momentos com eles! Mas...não é possível!
Pensando nisso, fiquei triste. Por alguns segundos apenas. Descobri que, enquanto as lembranças me constroem e enquanto desejo rever meus queridos... tenho todos os dias companhias constantes... que me fazem aguentar a dor das mudanças e me ajudam a suportar mais um dia sem tudo o que desejo ter por 24h...
A despeito de tudo isso entendi que tenho 24h comigo tudo o que preciso pra viver:  MEU DEUS!
Tenho a companhia incessante pra aliviar todas as dores da ausência e distrair-me pelas horas de solidão: MINHA MÚSICA!
Tenho um companheiro que sempre assiste todas as palavras que jogo aqui enquanto perfuma o ar: MEU CAFÉ!
Tenho algo a me construir 24h por dia: MINHAS LEMBRANÇAS.
Tenho tudo isso e sou resultado de tudo isso: EU...assim, do jeito que você conhece!
Em construção...precisando cada vez mais do Meu Deus, da  minha música, do meu café, das minhas lembranças... precisando cada vez mais das pessoas especiais que me constroem, seja em forma de abraços apertados ou em forma de lembranças!
É assim que sou hoje... essa é minha vida... e é disso que preciso!


Comentários

  1. Incrível!
    Era tudo que eu precisava ler essa semana. Garota, qual o seu problema? Entende de alma?
    Indescritível!
    Apaixonei-me!

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  2. Minha Nath que surpresa gostosa chegar aqui e encontrar teu comentário. Que bom que gostou. Escrevi meio que sentindo aquela angustiazinha...que vc conhece...depois achei sem nexo, sem sentido...mas...não é assim que somos nós?? Porque nossos textos seriam diferentes de nos mesmos?? Então...Ta com a chave ainda né?? Se perder me avisaaa. Sempre terei uma cópia a tua disposição - faço questão!!

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  3. Que delícia encontrar teu comentário!
    Infelizmente não entendo de alma...mas a gente sente muito igual...acho que sempre nos identificaremos nas palavras uma da outra!!

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