BOAS SÃO AS COISAS VIVAS!

O medo de perder nos faz cravar as unhas nos objetos de nosso medo.
De alguma forma, queremos manter as coisas com a gente, perto da gente, junto a nós. E, de certo modo, elas até ficam. Mas, enquanto ficam, sob essas circunstâncias, vão morrendo aos poucos - asfixiadas. Ficam por "obrigação, imposição", mas viram corpos inertes, inanimados, em nossos braços.
O que devemos entender é que boas são as coisas vivas. Coisas mortas, ainda que estejam junto de nós como sempre desejamos, não servem, não satisfazem.
A liberdade que damos (aos outros ou a nós mesmos) é o que confere vida a tudo aquilo que, espontaneamente, fica conosco (ou em nós).
Lembrando-me aqui da "mãe de verdade" na história das mães que disputavam o filho vivo, diante do rei Salomão. A mãe que detinha o "amor de verdade" não "cravou as unhas" no seu bebê para mantê-lo junto dela. Ela preferiu vê-lo longe, vivo. Isso é espetacular!
Vale à pena observar também o fato de que, um bebê morto não sente mais a dor de unhas cravadas em sua pele delicada.Mas, quem tem o seu "amado bebê" preso sob as unhas agoniza com dor profunda por tê-lo visto morrer, aos poucos. Quem aprisiona sob as unhas é mais prisioneiro de quem/daquilo que segura do que o próprio "segurado". [Nos tornamos reféns das coisas que prendemos às unhas, enquanto elas morrem aos poucos.]
Eu soltei todas. Elas, por conseguinte, estão vivas e lindas. E eu, sem dor alguma.
O amor de verdade proporciona liberdade, liberdade que conserva a vida!
Aquela mãe, obviamente não ficou sem seu bebê. Ela o teve de volta em seus braços. O amor lhe devolveu o que lhe pertencia. O amor sempre nos traz de volta o que é nosso!


É assim que enxergo hoje. Exatamente assim!

Comentários

  1. Fabuloooooooooooooooooooooso! Exatamente as palavras que eu precisava ler. MARAVILHOSO!

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  2. rs...O que eu poderia dizer?
    Suas palavras são sempre generosas demais com meus textos! Que bom que lhe foi útil...oi fruto de um doloroso processo de "desapego". rs..
    A casa é sempre tua!

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