Reencontros, Úteros de Renascer
O ano finda com reencontros. Reencontrar quem a gente ama nos ajuda a lembrarmo-nos quem a gente, de fato, é. Reencontrar pessoas que fazem parte da constituição de nossa alma é uma volta a nós mesmos. Pois, se tem uma coisa que a vida sabe fazer bem, é levar-nos para longe de nós mesmos. No disparar dos ponteiros, a gente corre tanto atrás do que nem sabemos bem, que deixamos a nós próprios lá no passado, no lugar em que o chronos começou a ditar o ritmo da vida. Porque a alma não mede a vida com ponteiros e números, mas com momentos. A alma sente, por isso avança. É pelo sentir que ela sai do lugar. Não de segundo em segundo, mas de sentir em sentir. Por quê a gente se sente em casa dentro dos abraços que a distância acumulou? Penso que é porque a alma mora onde o sentir é mútuo. A alma sabe, embora por vezes prefira ignorar, que deve lançar alicerces ou ancorar somente onde há verdade. Há encontros de alma que se tornam verdadeiros marcos de nós...