Reencontros, Úteros de Renascer


O ano finda com reencontros. Reencontrar quem a gente ama
nos ajuda a lembrarmo-nos quem a gente, de fato, é.
Reencontrar pessoas que fazem parte da constituição de nossa
alma é uma volta a nós mesmos. Pois, se tem uma coisa que a
vida sabe fazer bem, é levar-nos para longe de nós mesmos.
No disparar dos ponteiros, a gente corre tanto atrás do que nem
sabemos bem, que deixamos a nós próprios lá no passado, no
lugar em que o chronos começou a ditar o ritmo da vida.
Porque a alma não mede a vida com ponteiros e números, mas
com momentos. A alma sente, por isso avança. É pelo sentir
que ela sai do lugar. Não de segundo em segundo, mas de sentir
em sentir.
Por quê a gente se sente em casa dentro dos abraços que a
distância acumulou? Penso que é porque a alma mora onde o
sentir é mútuo. A alma sabe, embora por vezes prefira ignorar,
que deve lançar alicerces ou ancorar somente onde há verdade.
Há encontros de alma que se tornam verdadeiros marcos de
nós, nos zeram, nos ressignificam. Há encontros que são
verdadeiros novos nascimentos. Há pessoas e abraços que são
verdadeiros úteros de renascer. E, por isso, voltar a eles é voltar
a nossa própria essência.
Em tempos de conexão ilimitada, faz bem priorizarmos
conexões que nos lembrem quem a gente não quer deixar de
ser.
O ano termina embalado nos braços do reencontro, como um
bebê que dorme e desperta sorrindo porque sabe que aquele
abraço é sua casa; como um desmemoriado que, de repente,
lembra-se quem é.
O ano termina dizendo que, a despeito de toda possível
escuridão imposta, a vida pode ter gosto de sonho bom.



“Fique firme na vida, haverá despedida E AMOR!”
(Macelo Jeneci)

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